Após teasers, flagras, conceito (o FCC4 exposto no Salão do Automóvel, em 2014, adiantava parte das soluções), a Fiat enfim lança sua nova picape no Brasil. A Toro chega para atuar em uma nova categoria, até o momento representada somente Renault Duster Oroch. Porém, frente a francesa, há diferenças como os 22 centímetros extras no comprimento e a opção de motor a diesel. A novidade chega às lojas com plataforma e propulsores do Jeep Renegade, um estilo bem diferente do que nos acostumamos a ver na Fiat – inclusive internacionais – e as versões Freedom, Opening Edition (série especial de lançamento) e Volcano, com preços entre R$ 76.500 e R$ 116.500.

Por fora
O design da Toro não é uma grande novidade para quem acompanha a imprensa automotiva. Afinal, não faltaram flagras e mesmo imagens do modelo definitivo reveladas previamente pela Fiat. Mas a picape tem personalidade: os faróis mais baixos, separados da fileira de LED superior, ajudam nesse sentido, apesar de já terem sido adotados por Jeep Cherokee Sport e Citroën C4 Picasso. Na Toro, no entanto, eles passam mais agressividade ao se integrarem com a grade. A solução lembra uma cabeça bovina com chifres e remonta à grafia do “T” usado no letreiro da tampa do bagageiro.

Nas laterais, a distância do solo, o vão entre as caixas de roda e os pneus, a área envidraçada reduzida e os vincos reforçam o “instinto animal” evocado pelo nome da picape. O teto traz um adicional: ou o protetor, que permite levar objetos mais longos sem arranhar a pintura, ou o rack. A caçamba alta e a janela diminuta prejudicam a visibilidade: fica quase impossível manobrar uma Toro sem sensores de ré (de série) ou câmera. As lanternas pequenas e rasgadas operam as funções de posição, freio e pisca, enquanto as luzes de ré e neblina vão no para-choque – seu desenho é conhecido: as peças vieram do Punto.

A parte posterior reserva uma surpresa (embora nem tanto para quem acompanha blogs e sites do ramo): a tampa da caçamba bipartida, com folhas que se abrem para as laterais, facilitando o acesso ao compartimento de carga. Mais do que isso, elas trazem integrado um extensor de assoalho na versão top Volcano. O sistema ainda foi homologado para contar com um espaço extra para a placa, iluminação provisória e uma rede limitar as medidas do bagageiro. A marca afirma que, assim, a capacidade de carga aumenta de 820 para 1.225 litros, podendo-se transportar uma moto sem problemas.

Por dentro
Se na parte externa a Toro se destaca personalidade, por dentro há uma certa familiaridade com o painel. O déjà vu se justifica: a distribuição dos componentes remete ao irmão Renegade. Os botões do ar condicionado, o volante (muda o miolo), o sistema multimídia e os instrumentos são os mesmos. No entanto, a picape tem soluções próprias, como os puxadores das portas, o porta-objetos acima do porta-luvas (no Renegade há um “puxador”, como no Fusca), os difusores de vento verticais ladeando o visor da central de entretenimento, entre outros detalhes.

Por baixo
Chamada de Sport Utility Pickup (SUP) pela Fiat, a Toro usa a construção em monobloco, comum em automóveis e um tanto rara em utilitários, apesar de já ser vista em Oroch, Strada e demais picapes compactas do nosso mercado. A arquitetura é origunda da plataforma Small-Wide, a mesma do Renegade, que servirá de base para o sucessor do Jeep Compass ainda em 2016. A marca afirma ter usado de aço de alta resistência, melhorando a rigidez torcional e diminuindo a massa da picape.

Sem o extensor de caçamba, a Toro mede 4,92 metros de comprimento (são 4,69 m na rival Oroch e 5,35 m na atual Chevrolet S10), 1,84 m de altura, 1,74 m de largura e 2,99 m de entre-eixos. A capacidade de carga varia: oscila entre 650 kg (com motor flex) e 1.000 kg (diesel). A suspensão traseira é independente, tipo multilink, enquanto a dianteira adota o tradicional sistema McPherson. A assitência da direção é elétrica.

No bolso
Neste primeiro momento, a Toro oferece cinco opções de compra. A mais em conta é a Freedom movida pelo 1.8 16v E.torQ Evo, com tração dianteira e caixa automática. Tabelada em R$ 76.500, ela sai de fábrica com auxílio de partida em rampa (HSA), direção elétrica, ar condicionado, controle de estabilidade (ESC), controlador de velocidade (piloto automático), computador de bordo, rádio e volante multifuncional com regulagem de altura e profundidade. Há também abertura elétrica do tanque, protetor de caçamba, sensor de obstáculos traseiro, conexão Isofix para assentos infantis e travas elétricas com fechamento automático a 20 km/h. Entre opcionais, há câmera de ré, airbags laterais, cortina e de joelho, teto solar, sensor de pressão dos pneus, rodas de liga leve de 16 polegadas e bancos revestidos parcialmente em couro.

Exclusiva para o lançamento – mas não se fala por quanto tempo dura a oferta -, haverá a opção Opening Edition, com o mesmo conjunto da Freedom, mas nível de equipamento próximo ao da top Volcano. Partindo de R$ 84.400, ela traz os itens da versão de entrada e adiciona ar condicionado de duas zonas, luzes de neblina, rodas de liga leve aro 16?, retrovisores elétricos com função tilt down, capota marítima e kit com parafusos antifurto. Há também volante em couro, aletas para trocas de marcha sequenciais (paddle-shift), câmera de ré, protetor de soleira e central multimídia UConnect com tela de cinco polegadas.

Com conteúdo parecido com o da versão de entrada, aparece a Freedom com motor 2.0 a diesel, partindo de R$ 93.900. Além de trocar o conjunto mecânico – sempre com câmbio manual de seis marchas -, ela traz, além dos itens do modelo Flex, rodas de aço com desenho exclusivo, alarme, terceira luz de freio, protetor de cárter, peito de aço, retrovisores elétricos com rebatimento e tilt down, iluminação na caçamba e frenagem automática em descidas (HDC). Com a tração integral, o preço sobe para R$ 101.900.

Atuando como opção mais cara, está a versão Volcano (R$ 116.500), sempre com propulsor 2.0 MultiJet, tração 4×4 e caixa automática de nove marchas. Além dos itens da Freedom a diesel, a top adiciona câmera de ré, ar condicionado de duas zonas, rodas aro 17″, sistema multimídia UConnect de cinco polegadas, luzes de neblina com iluminação auxiliar em curva, faróis diurnos em LED, tela de sete polegadas no quadro de instrumentos. O modelo mais caro pode ter ainda os opcionais: sensor presencial para travar e destravar as portas e dar a partida, teto solar, partida do motor a distância, sete airbags, banco do motorista com regulagem elétrica. Completa, a Toro chega próximo dos R$ 130 mil.
Confira as versões e os preços da Fiat Toro 2017:
- Freedom 1.8 Flex 4×2 AT6: R$ 76.500;
- Opening Edition 1.8 Flex 4×2 AT6: R$ 84.400;
- Freedom 2.0 MultiJet 4×2 MT6: R$ 93.900;
- Freedom 2.0 MultiJet 4×4 MT6: R$ 101.900;
- Volcano 2.0 MultiJet 4×4 AT9: R$ 116.500.
Uma resposta em “Fiat lança Toro, sua nova picape no Brasil”
picape monstro, agora só vendo na real pra saber se é monstro no bom ou no mau sentido… haha